O
documentário “Monitor 183”, desenvolvido por um grupo de alunos do curso de
Comunicação Social do Centro Universitário Fluminense (Uniflu), vai ser lançado
nesta terça-feira (21/11), às 19h, com exibição no Museu Histórico de Campos, na Praça
São Salvador. O material é fruto de uma demanda levada ao curso pelo professor
e presidente da Associação de Imprensa Campista (AIC), Vitor Menezes, extraída
na primeira reunião realizada no Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, no
primeiro semestre deste ano, envolvendo ex-funcionários e representantes do
próprio Arquivo, pesquisadores e a AIC.O objetivo é trazer reflexão sobre a necessidade
de reativar o Monitor Campista, jornal que encerrou as atividades
por decisão do grupo Diários Associados Assis Chateaubriand em 15 de novembro
de 2009, mesmo a empresa estando operando no azul.
O
trabalho, que durou aproximadamente quatro meses, tem 26 minutos de duração e
foi desenvolvido por seis alunos do 7° período do curso, que participaram da
pesquisa e ouviram 11 pessoas, entre ex-funcionários do jornal (fotógrafos,
repórteres e editores), além de uma historiadora, uma colunista e uma antropóloga.
O roteiro ficou a cargo do professor Mozarth Dias, enquanto a pós-produção e
finalização couberam ao professor Victor Hugo Berenger – com imagens de Armando
Ribeiro e edição de Maurício de Castro, ambos do Uniflu. O trabalho é dos alunos Aline Mendes, Geovana Barcelos, Jhony Diorel, Marília Faria, Tatiana Martins e Romário Junior. A projeção será precedida pelo curta "Correntes", do 8° período, seguida de debate.
–
O nome do projeto é ‘Monitor 183’ porque o jornal teria hoje 183 anos e seria o
segundo mais antigo do Brasil – quando fechou, era o terceiro mais antigo do
país e o quinto da América do Sul. E também vendo essa necessidade de trazer, de
relembrar a história que o jornal contou em quase dois séculos. Isso sem falar
na importância de deixar viva essa busca pela implantação da marca Monitor
Campista no cotidiano do morador da cidade, como mídia alternativa. É uma busca
para comover entidades e também empresários, buscar essa discussão para
reativar uma mídia que traga informações isentas de qualquer tipo de
influência. Na realidade, a gente está trazendo à tona um debate sobre o
fatídico fechamento do Monitor Campista, para tentar comover a população e as
entidades que tanto tinham a colaboração desse jornal – informa Mozarth.
O
documentário mostra a opinião de ex-funcionários que atuavam na empresa na
época do fechamento e também fala sobre o reflexo da realidade midiática da região,
preocupação também dos profissionais de mercado que participaram do projeto.
O
curso de Comunicação também realizou um seminário sobre o tema, aberto a todos
os alunos. Para este ano, estavam previstas uma exposição no Arquivo Público
Municipal e uma edição especial do jornal, mas que, por motivos alheios à
vontade das pessoas envolvidas na mobilização, não puderam acontecer.
O fechamento – O Monitor
Campista foi fechado pelo Grupo Associados em novembro de 2009, mesmo operando
com finanças capazes de bancar suas atividades. Naquele ano, o jornal deixava
de circular o Diário Oficial da Prefeitura de Campos, o que deu um baque nas
finanças da empresa. Após o encerramento das atividades, chegou-se a fazer um
movimento pela reabertura do jornal, tendo inclusive havido uma tentativa de
arrecadar recursos para a compra da marca Monitor Campista, que não conseguiu o
valor exigido pelo presidente do Jornal do Commercio, Maurício Dinepi, que,
anos depois, a cedeu (confira aqui) gratuitamente para a própria prefeitura.
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