A
Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) criou um protocolo de
assistência exclusivo para casos de gestantes com zika vírus e bebês com
microcefalia, que deverá ser seguido por todas as unidades de saúde do estado.
O objetivo é uniformizar o atendimento na rede de saúde e o acompanhamento dos
casos pelas Vigilâncias Epidemiológicas dos municípios.
O
protocolo estabelece ações para acompanhamento dos casos, realizando exames
clínicos e laboratoriais, além de definir para qual unidade de referência esses
pacientes deverão ser encaminhados pelos municípios para, entre outros, o
acompanhamento psicossocial e em centros especializados em reabilitação.
Casos
de gestantes com possível infecção do zika vírus: deve-se manter a paciente no
serviço de saúde onde ela realiza o pré-natal, notificar o caso à SES,
ressaltar esse evento na caderneta da Gestante e no prontuário da paciente,
além também de coletar sangue e urina para investigação do bebê. Caso a
gestante não tenha pré-natal, o profissional deve referenciá-la para uma
unidade de saúde. Após a 30ª semana de gestação, um ultrassom deve ser
realizado. Se for diagnosticada microcefalia no recém-nascido, o profissional
deve informar o fato à gestante e, em seguida, encaminhá-la para um apoio
psicossocial. Se a gestante apresentar dor nas articulações ou febre no último
trimestre da gravidez, ela deverá ser submetida a exames e acompanhamento
clínico e laboratorial para chikungunya.
Casos
de microcefalia identificados ainda na fase intrauterina: comunicar o fato ao
obstetra ou equipe responsável pelo pré-natal, avaliar a necessidade de repetir
o ultrassom, comunicar o fato à gestante, manter a rotina do pré-natal, coletar
exames de sangue e imagem (raio-x e ultrassonografia), e encaminhá-la para
apoio psicossocial, orientando que o parto não vai modificar nada e estimular a
amamentação na primeira de vida.
A
Secretaria de Saúde ressalta ainda que não há tratamento específico para
microcefalia. Como cada criança desenvolve complicações diferentes, o
acompanhamento por diferentes especialistas vai depender de cada caso.
Orientações
para acompanhamento do recém-nascido com microcefalia: acompanhar a criança em
serviço de puericultura garantido a estimulação precoce e suporte de
fisioterapia, fonoaudiologia/audiologia clínica, terapia ocupacional e
psicologia, monitorar a evolução do perímetro cefálico, registrando na
Caderneta da Criança, avaliar e registrar o desenvolvimento da criança,
realizar ultrassonografia, triagem neonatal (teste do pezinho, orelhinha e
olhinho), para detectar precocemente doenças e outros problemas.
A doença
O
que é o zika vírus? - O Zika vírus foi descoberto na década de 1940 e Uganda e
identificado nas Américas apenas no ano passado. A doença é transmitida pelo
Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, e causa febre, manchas pelo corpo,
coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas articulações. O tratamento é
hidratação, medicamentos para os sintomas e geralmente o paciente fica curado
entre quatro e cinco dias. No entanto, por ser uma doença nova, sem muitos
registros na literatura médica, não há até o momento evidências científicas que
comprovem a relação entre o vírus em gestantes e o nascimento de crianças com
microcefalia. Por isso, fundamental, por precaução, que mulheres grávidas
reforcem medidas de proteção individual, como o uso de repelentes e evitar
exposição em locais e períodos de maior atividade do mosquito.
(com assessoria)
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